tag:blogger.com,1999:blog-2444640423197914826.post2796867221866999031..comments2022-03-31T20:57:49.791-07:00Comments on Psycho Logos: Atuação e personalidadeTaimonhttp://www.blogger.com/profile/03230983199219875041noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-2444640423197914826.post-3485567826396869372008-08-06T22:46:00.000-07:002008-08-06T22:46:00.000-07:00É isso ai :) Não existem respostas totalmente obje...É isso ai :) Não existem respostas totalmente objetivas pras questões, mas segue meu raciocínio.<BR/>Um ponto importante em relação ao comportamento nesse caso é o contexto mesmo, a situação que o desencadeia ou que faz com que o indivíduo opte por ele. Já conversamos bastante disso antes, uma pessoa brincalhona pode precisar se comportar de forma bastanete séria, ou pode variar diversos comportamentos vezes ao longo o dia.Taimonhttps://www.blogger.com/profile/03230983199219875041noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2444640423197914826.post-77195652746593368532008-06-02T01:54:00.000-07:002008-06-02T01:54:00.000-07:00Vou dar a minha resposta às questões levantadas co...Vou dar a minha resposta às questões levantadas com o teu experimento mental...<BR/><BR/><B>1. Seria o personagem que você interpretou durante todo esse tempo e que ganhou o amor da menina, você?</B><BR/>Bom, sem dúvida o personagem seria produto daquilo que você conhece, daquilo que você tem dentro de si, do que você é capaz, enfim, o personagem é uma forma organizada de manifestação de alguns aspectos teus. É possível dizer que interpretamos, ao longo do dia, diversos personagens a medida que manifestamos um comportamento que julgamos ser adequado para cada situação em que nos encontramos. Tais personagens podem envolver mudanças significativas na linguagem, nas expressões faciais, gestos corporais, vestimenta, etc. Isso é adequação comportamental. Por exemplo, um homem solteiro pode acordar de manhã, andar sozinho de cueca pela casa, coçando o saco, arrotando alto; até tomar um banho, se vestir, ir para a faculdade, exibir uma linguagem formal e científica em uma palestra; sair da faculdade, ir tomar uma cerveja com os amigos, falando de maneira bem mais informal ou até mesmo grosseira; encontrar-se com a namorada, usar uma linguagem afetiva; voltar em casa, vestir uma roupa mais formal e apresentar-se perante uma autoridade legal, com uma linguagem mais respeitosa. Tudo isso segundo o que é esperado dele em cada situação, e considerado aceitável (afinal, é aceitável andar de cueca em casa quando se está sozinho, desde que seja discreto e não ofenda os vizinhos).<BR/>O que vimos foi uma mesma pessoa interpretando 5 papéis diferentes. Todos eles são esta pessoa, e ao mesmo tempo todos eles não são. Qual seria o mais real? Ele acordando de manhã? Ele conversando besteira com os amigos? Ele sendo completamente formal perante uma autoridade? Poderia-se argumentar que aquele que envolve menos esforço, que lhe é mais natural, é o seu "eu" mais real, mas todos eles fazem parte do que ele é.<BR/><BR/><B>2. Por que a menina se irritaria, também, com a questão da mentira?</B><BR/>E por que não? (:<BR/>Bom, primeiro existe a pressuposição de que houve uma mentira. Dependendo de como se encara o personagem, poderia se dizer que o que houve foi uma omissão parcial da verdade. Acredito que ela se irritaria pois existe a crença comum (do senso comum) de que as pessoas para serem verdadeiras precisam agir de forma "natural" em seus relacionamentos. Ainda que todos concordem que, por exemplo, num relacionamento amoroso não se deva ser natural ao ponto de arrotar na cara da pessoa amada. Logo, a tal "naturalidade" não tem nada de natural. As pessoas agem conforme acreditam que irão atingir seus objetivos. Ainda que ajam de forma inadequada para uma situação, por exemplo apresentando-se com uma roupa informal em uma situação/ambiente que exige uma roupa formal, tal pessoa não estaria fazendo nada a mais do que estar tentando atingir o objetivo de fazer uma declaração de sua inconformidade e/ou discordância. Muitas vezes nós humanos erramos crassamente com relação àquilo que esperamos conseguir com nosso comportamento e aquilo que realmente iremos conseguir com tal comportamento. Se a atuação, ou o personagem, ganhou o coração da menina, significa que o comportamento manifesto na situação foi adequado para este objetivo. Porém, aqui vale dizer, também, que se o interesse do cara do experimento mental, era grande e sincero pela menina, ele deveria ter abandonado a interpretação do personagem ao abordá-la, ou então deveria por ela a par da situação tão logo fosse possível. Novamente, entra aqui a omissão parcial da verdade que, dependendo da extensão, torna-se ofensiva.<BR/><BR/><B>3. Pressupomos que aquilo que você interpretou seja de certa forma você, ao menos você utilizou de conhecimentos que dispunha para promover tal atuação, então não seria por você que a menina se apaixonou?</B><BR/>Ver no.1. A menina se apaixonou por uma série de aspectos manifestos voluntariamente da tua personalidade naquele momento. Voluntariamente no sentido de que não eram espasmos aleatórios, ou seja, voluntário como todo comportamento consciente. Uma pergunta que caberia aqui seria: quem, num relacionamento harmonioso, não está interpretando um personagem, até certa medida?<BR/><BR/><B>4. Há grande diferença entre aquilo que você é e aquilo que você conhece, sabe e usa para promover uma interpretação?</B><BR/>Segundo a lógica, uma coisa é a soma total de suas partes, atributos, propriedades. A eliminação de qualquer um destes aspectos implica em uma modificação na coisa, assim como a adição.<BR/>A coisa deixa de ser o que é com a adição ou subtração a muitos destes aspectos, mas tal transformação depende da medida de quem a julga.<BR/>Contudo, no caso de uma interpretação, nada é subtraído (no máximo suprimido, como nos comportamentos sociais adaptativos) e aquilo que é acrescentado (por meio de estudo, por exemplo, para a construção do personagem) é incorporado. No momento em que a menina conhecesse o fulano, ele já seria o que é, tendo incorporado o que quer que fosse para a construção do personagem.<BR/>Você é aquilo que você conhece, sabe e usa, e a tua interpretação será nos limites destes mesmos aspectos. Logo, a interpretação é parte do que você é, está contida no teu conjunto do real. Ao interpretar um francês, você não irá sair falando francês se não souber falar francês.<BR/><BR/><B>5. E se o personagem for interpretado durante tanto tempo que chegue a se tornar um comportamento praticamente automático, uma vez que é executado inúmeras vezes, então passaria a ser "natural" do sujeito?</B><BR/>Ver no. 2. Depende do que se considera natural. Estamos sempre atuando, na medida que sempre agimos conforme nossos objetivos. Mesmo quando agimos relaxadamente, agimos com base na crença de que podemos agir assim e que agir assim é bom.<BR/><BR/>Minha conclusão é de que este experimento mental é muito bom, mais do que explorar aquilo que pensamos ser personalidade, também é uma excelente abordagem aos relacionamentos pessoais. Talvez ele seja um indicativo de que o sucesso de um relacionamento depende da capacidade das partes lidarem com e aceitarem as diferentes formas de comportamento que cada uma pode manifestar em cada situação.Psicólogo Cláudio Drewshttps://www.blogger.com/profile/12210124597804238958noreply@blogger.com